O colapso do banco Master desencadeou uma guerra nos bastidores do sistema financeiro. Grandes bancos, médios e pequenos, fintechs e plataformas digitais agora se enfrentam em torno da reforma do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

O impasse coloca em risco uma agenda do Banco Central que, nos últimos anos, ampliou a inovação no setor, com avanços como o Pix e o fortalecimento de instituições de pagamento.

Desde o início da crise do Master, que captava recursos com promessa de alta rentabilidade e garantia do FGC, Itaú, Bradesco e Santander querem mudanças no fundo — incluindo a responsabilização de fintechs e plataformas, que hoje não contribuem financeiramente para o FGC.

A disputa era silenciosa, com reuniões no BC. Mas a venda do Master para o BRB expôs as fragilidades e acelerou as conversas. Técnicos do BC têm se mostrado cautelosos para evitar retrocessos, mas já indicam que vão revisar as regras do fundo.

Do outro lado, bancos digitais e plataformas temem perder espaço em um mercado ainda altamente concentrado. A preocupação é que os grandes usem sua força para restringir a competição.

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirma que a agenda de inovação será preservada. No radar estão conquistas como o Nubank, que ultrapassou o Itaú em número de clientes, e o modelo de plataforma aberta da XP Investimentos.